O Louco por Jung
"O Louco", Jung e o Tarô
"a viagem se inicia com o louco.
É o número 0 e o 22 dependendo do conceito com o qual trabalhemos.
O importante é que não tem número fixo e é por isso que se diz que é o nómada do tarot.
É livre de ir e vir ao seu desejo, e de pular de um lado para o outro.
O conceito do zero, desconhecido no mundo antigo, apareceu na Europa no s. XVII.
Criou o sistema decimal e filosoficamente descobriu que a aparente "nada" ocupa um espaço e contém um poder.
O zero não expressa nada e contém tudo e está intimamente ligado ao movimento circular que rege a vida do homem: os ciclos da natureza e da vida, o fluir da respiração, etc.
O zero simboliza o círculo que contém a ideia da totalidade. Na verdade que seja ao mesmo tempo 0 e 22 também se relaciona com a dimensão cíclica deste caminho de evolução que representa o tarot.
Uma vez cumprido o ciclo, este volta a começar.
E a prova disso é que voltamos a atravessar por uma mesma situação em diferentes momentos da nossa vida (crise, quebras, momentos de expansão seguidos de paralisia, etc).
Relaciona-se com o bobo.
Ser o espião do rei era uma das funções do bobo do Rei, quem se podia vazar livremente entre as pessoas e bisbilhotar nas conversas para depois levar a informação.
Geralmente encontram-se desenhos de bobos acompanhados por um cão, tal qual aparece a figura do louco no tarot.
O cão representa a nossa parte instintiva já que ainda a viagem está em suas primeiras instâncias, estamos nos primeiros estádios da evolução.
O louco deixa-se guiar pela sua natureza animal, por isso é livre, espontâneo, insensato, intuitivo, inconsciente, criativo.
O fato de nos deixar guiar pela nossa intuição que nos avisa dos perigos constitui um recurso fundamental na hora de transitar o nosso caminho.
O louco empurra-nos para a vida.
Quando lidamos com esta energia, nos encorajamos a fazer coisas.
É que o louco é puro instinto e pouca razão.
Quebra estruturas.
Vaga sem rumo fixo, olha para a frente, é um ser que vive no presente para o futuro.
Há pouca reflexão com relação ao passado.
Tudo se encontra em potência.
Por outro lado, o louco também pode ser cruel.
Não há consciência em relação às necessidades do outro, só quer se divertir e buscar o seu próprio prazer.
É uma energia alegre e multicolor como a sua roupa.
O seu capuz mesmo que parece uma chacota à do monge, revela no entanto uma conexão com o mundo espiritual.
Também os sinos são eco do momento mais solene da missa, quando nos incitam a acordar a outras realidades.
Mas na verdade as suas cores variadas e o seu design irregular falam-nos de um espírito em discórdia, caótico.
O louco é a ponte entre o mundo caótico do inconsciente e o ordenado mundo da consciência.
A sua natureza é sempre em mudança.
Não se amarra a nada.
Os seus únicos pertences encontram-se na sua mochila, as que representam os seus talentos e potencialidades.
Não se submete a disciplina alguma, nem é condicional por mandatos nem sistemas de crenças.
O que hoje é viável amanhã pode não ser.
É pura experiência e aventura.
Assim de livre é o louco.
É impossível pará-lo é a ambiguidade o que o torna tão criativo ".
Arcano o louco, "Jung e o tarot : uma viagem arquetípico", sallie nichols.
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Marcelo Menezes é o responsável pelo site e um profundo divulgador dessa e de outras ferramentas de autoconhecimento.